Paço de Almeirim - de Residência Real a Vila da Corte.História de Almeirim (5)

D. Afonso V, foi um rei distante da governação e também da expansão marítima que depois da morte de seu tio D. Henrique em 1460, perdeu a dinâmica por este criada.
Este rei, dedicou toda a sua vida a actividades guerreiras.
O seu reinado começa com a cedência a intrigas, que culminaram com a batalha de Alfarrobeira, em que morre seu tio D. Pedro e o mais ilustre da Ínclica geração, que fora regente, durante a menoridade do novo rei.
Depois D. Afonso V, responde ao apelo do papa Calisto III, e durante três anos ausenta-se para participar na Cruzada falhada.
No período de 1458 a 1471, parte para as conquistas do norte de África, onde obtém os seus êxitos que lhe valeram o cognome de Africano.
De 1474 a 1477, entra no conflito de Castela, reivindicando direitos de sucessão e acaba derrotado na batalha de Toro.
Regressa então a Portugal este rei distante, nitidamente debilitado e abdica em seu filho João.
Mesmo distante, há notícias da estadia em Almeirim de D. Afonso V, o que demonstra com particular clareza a importância que o Paço já então assumia, nas preferências da família real.
É uma afirmação, com confirmação histórica, que o Príncipe D. João foi gerado em Almeirim, no decurso de uma estadia real, no ano de 1454.
Também está documentada a passagem do Natal em Almeirim, do rei em 1481, ou seja dois anos antes da sua morte.

D. João II, é a antítese de seu pai.
Astuto e determinado, insensível á intriga, ele está vocacionado para governar.
Afronta os poderes do clero e da nobreza que a ausência de seu pai reforçou, ainda como Regente dá sinais claros dessa sua determinação.
“ Eu sou o Senhor dos senhores e não o servo dos servos”
O episódio histórico, da sua ameaça de morte e impedimento de entrar em Almeirim do Cardeal de Portugal, D. Jorge da Costa, foi um dos primeiros e significativos sinais do Príncipe Perfeito, na sua estratégia de criar um Reino unificado e absolutista.
O acordo de casamento, de seu filho primogénito D. Afonso, com Isabel a mais velha dos filhos dos Reis Católicos, que foi celebrado no Paço de Almeirim, no ano de 1483, é a mais significativa demonstração de toda a astúcia de D. João II. Durante muitos anos os Reis Católicos lutaram, usando desesperadamente toda a sua influência junto do Papa, numa tentativa de anular este casamento, que após a morte do príncipe herdeiro, D. Juan, colocava o príncipe português como sucessor legítimo do reino de Portugal, de Castela e de Aragão

O Paço de Almeirim era nessa época uma residência real e para D. João II, foi sempre aquela que lhe permitia o isolamento necessário para evitar as intrigas e lutas palacianas. Esta importância que o rei dava a este lugar veio a ser expresso através da publicação da sua carta Régia em 1483, que representa a verdadeira fundação do Concelho de Almeirim.

A estratégia de D. João II de unificar os reinos de Portugal, Castela e Aragão, sob a égide de seu filho, veio a ter revés fatal.
D. Afonso, morre de uma misteriosa queda de cavalo, na Ribeira de Santarém no ano de 1491.
Porém Almeirim, com este desastre e este drama, viu reforçada a sua importância uma vez que após este desastre não mais a Corte se veio a instalar em Santarém e assim todos os sucessores de D. João II, cumpriram o seu desejo de não mais se instalar naquela Vila.
Almeirim passou assim, a ser um lugar de permanência da Corte e não apenas da família real.
Iremos assistir no reinado de D. Manuel a todo um importante conjunto de consequências, que este facto veio a determinar.

1 comentário:

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