O Berço da Tauromaquia- História de Almeirim (4)

Para as suas demonstrações de perícia equestre e também como demonstração dos jovens fidalgos que estariam habilitados aos serviços do reino, D. Duarte fez renascer o hábito ancestral de lancear toiros em recinto fechado.
As mais antigas crónicas de festejos tauromáquicos remontam ao ano de 1147, onde participam nobres do partido de D. Afonso Henriques, narrados no Livro “a História da Toiradas” de Eduardo Noronha e também em gravuras de Roque Gameiro.
O Príncipe D. Duarte fez renascer essa ancestral tradição.
Seu parente D. João I de Castela, entusiasmou-se também com esta actividade e promoveu-a no seu território. A tauromaquia espanhola considera precisamente este Rei como o fundador da tauromaquia ancestral, que se praticava antes da tauromaquia moderna, mas que lhe deu origem como a principal espectáculo popular do país vizinho, hoje em dia apenas ultrapassado em número de espectadores anuais, pelo futebol.
D. Duarte actuou em muitos festejos organizados pelo Rei Castelhano.
Com essas actuações ganhou enorme prestígio como cavaleiro exímio e homem de grande coragem.
Os toiros selvagens que existiam na Coutada real de Almeirim, eram assim cercados e trazidos para junto do Paço.
Aí se procediam aos treinos dos fidalgos e do Príncipe D. Duarte.

Almeirim foi assim o berço da tauromaquia que a partir de D. Duarte não mais deixou de ser uma actividade de grande popularidade.
Mas não foi apenas da Tauromaquia, mas também da criação e selecção dos toiros bravos para os festejos. Noutro capítulo voltaremos a esta questão, mas desde já deixo a confirmação de que as primeiras ganadarias portuguesas a fazer a selecção de toiros bravos são instaladas precisamente nas montarias adjacentes à Coutada Real.

Esta circunstância de Almeirim ter condições impares para as práticas tauromáquicas, vai ter influência decisiva para acontecimentos históricos de enorme importância.
Basta referir que não foi uma circunstância de somenos na escolha de D. Sebastião, na sua decisão histórica de vir para o Paço de Almeirim e aqui instalar Corte e Tribunais e com isso, afirmar oficialmente Almeirim como a capital do reino.

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