Afectividade pela Cidade


É o sentimento que os homens têm, que faz toda a diferença nas suas atitudes e nas suas obras.
A afectividade é um sentimento base essencial na formação humana e o grau da sua intensidade, é a medida do nosso interesse e da nossa capacidade.
Uma sociedade constituída por pessoas, com paixão pelo espaço em que vivem, é uma sociedade com uma elevada massa crítica e com um elevado grau de exigência.
Aos governantes desse espaço, onde habitam essas pessoas, será exigido graus idênticos de afectividade, de conhecimento, de responsabilidade, pois terão de dar respostas permanentes ao elevado grau de exigência da sociedade.
A indução das afectividades é assim um factor decisivo para a melhoria das condições de vivência e convivência social.
O momento mais importante da vida de um ser humano para adquirir esta afectividade é a infância. A família é a principal instituição para enraizamento das afectividades, mas a escola, em particular a instrução primária ou primeiro ciclo, também é decisiva na indução das afectividades pelos espaços onde vivemos e crescemos.
A terceira idade é a fase onde mais facilmente estamos disponíveis para expressar essa afectividade.
Desta realidade, decorre o meu segundo pequeno desafio para Almeirim.
O grau de afectividade para com a nossa cidade, está relacionado com as sensações boas, com as experiências, com o conhecimento. As boas sensações induzem a mais vivências, convivências, experiências e o conhecimento, a mais interesse e consciência social.
Há assim toda um interesse colectivo, um interesse geral, das famílias de uma cidade, em exigir da escola o fomento do conhecimento da história da cidade.
Por isso é particularmente importante que uma escola não se fixe apenas no ensino das matérias lectivas e contribua também para a inserção e confirmação das afectividades pela cidade. Fomentando actividades extra-curriculares dos alunos em cinergias com Instituições da cidade, mas sobretudo procurando mesmo dentro da formação estritamente académica a participação dos alunos em projectos identificadores da cidade e fomentadores do conhecimento da sua história, das suas gentes, das suas identidades.
Almeirim tem todo um vasto património histórico e cultural que poderia servir a esta perspectiva de ensino, que simultaneamente contribuiriam para o fomento da afectividade e da curiosidade por mais conhecimento.
Não quero substituir-me à imaginação dos professores, mas adianto alguns exemplos simples, mas muito objectivos…”Trabalhos colectivos ou de grupo, sobre a toponímia da cidade”…”identificação dos costumes e tradições”…”identificação patrimonial das épocas”…”relacionamento de factos históricos com os lugares”…”recolha de material museológico ou fotográfico das famílias, das épocas, dos costumes, das actividades”…” identificação das Instituições de Almeirim e sua história”…” os desportistas de Almeirim”…
Almeirim tem também uma Universidade da terceira idade.
As pessoas que a frequentam estão na sua fase de máxima abertura psicológica, para a expressão da sua afectividade para com a cidade. A abertura desta Instituição para ajudar a Escola nesta tarefa de fomento do conhecimento aos futuros cidadãos, seria de uma vantagem indiscutível.
Uma cinergia de actuação conjunta, entre esta Universidade da terceira idade e o ensino do 1º e 2º ciclo, vocacionada para a divulgação cultural e histórica de Almeirim, abriria novas possibilidades, estimularia novos interesses e mais motivação.
Uma das obras escolares mais interessantes e mais significativas existentes em Almeirim, é aquela Casa Térrea, que foi construída pelos alunos da Escola Febo Moniz. Uma obra que expressa bem toda a mensagem que pretendo dar.

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