Momento para uma Reflexão


Estes capítulos que tenho vindo a publicar, são modestos contributos pessoais, que têm como objectivo o reconhecimento público para o importante protagonismo que Almeirim teve, na História de Portugal.
Termina com os graves danos que afectaram o Paço Real, decorrentes do terramoto de 1755, uma fase crucial da evolução desta muito digna e importante Vila de Almeirim.
Almeirim deixará a partir de então, de ser sede do reino ou simplesmente habitação dos reis de Portugal.

Almeirim não foi apenas a “Sintra do Ribatejo ou de Inverno”, foi muito mais importante o seu protagonismo na História de Portugal e até do Mundo, do que esta tradicional adjectivação, que satisfez alguns dos seus cronologistas.

Almeirim foi durante cerca de 150 anos, praticamente toda a 2ª Dinastia, um dos principais centros de decisão da política mundial e principal sede da governação portuguesa e que durante essa época construiu um Império espalhado por todo o planeta.

Foi por ter perdido as suas referências patrimoniais, que o reconhecimento português para com Almeirim, ficou irremediavelmente esbatido.
Também se esbateu a memória do passado nos seus próprios habitantes.
Almeirim perdeu o seu carisma de outrora, porque não conseguiu manter visível qualquer referência ao seu passado heróico e glorioso.

Recuperar essas referências é assim um passo determinante, para a recuperação desse carisma, que tantas oportunidades novas, poderá originar e que reforçará certamente o orgulho próprio, de todos os almeirinenses.

Haverá muito poucas cidades de Portugal, que suplantem ou equiparem com Almeirim, no protagonismo da História de Portugal. Porém há muitas dessas cidades, que pelo património que mostram e divulgam, são importantes centros de estudos académicos e pólos de interesse turístico e cultural.

Construir uma “maquete” da Vila Real de Almeirim, seria uma obra com um enorme valor referencial.
Mas poderíamos ir um pouco mais longe…
As modernas tecnologias, em particular a informática abrem hoje a possibilidade de recriar todo esse património destruído e também as vivências dessas épocas.
É o que em todo o mundo civilizado se faz através dos chamados Centros Interpretativos da História.

Recriar Almeirim antiga, com os seus Paços e a sua Coutada, com a Ermida e a Pousada de S. Roque, com os Conventos da Serra e da Ordem Terceira de S. Francisco, com a sua Igreja quinhentista, com a Capela Real, a Horta e as Cavalariças, com os Palácios e com os seus bairros iniciais de servidores, é absolutamente possível e diria essencial.

Realizar este projecto, seria desde logo um enorme benefício, pois ele exigiria estudos rigorosos, mobilizando-se académicos, historiadores, recolhendo-se e classificando-se informação, que só por si já representaria uma enorme importação de dinâmica cultural e também de mobilização local.

Expor toda esta importantíssima referência em lugar público seria originar todo um vasto leque de reacções em cadeia, desde novas motivações empresariais para a terra, passando pelo mais importante que era a possibilidade de melhorar substancialmente a formação dos nossos filhos, a recuperação da memória colectiva e um substancial reforço na dinâmica turística.

Almeirim prosseguirá a sua história até aos dias de hoje, e muita coisa de importante para Portugal, continuará a ter nesta terra abençoada, a iniciativa de um protagonismo de elevadíssima importância e que infelizmente, é a parte da sua história magnífica, menos divulgada e valorizada.
Esta nova fase talvez seja porém mais atractiva, pois começarão a surgir como protagonistas alguns dos nossos antepassados e também muitas recordações de muitos, que ainda hoje felizmente, estão entre nós.
Continuaremos em próximos capítulos, a tentar no mesmo jeito de síntese, a transmitir esse conhecimento, que fui procurando adquirir, ao longo de vários anos de estudos, de conversas e de pesquisas, motivado pela paixão pela minha terra, pelo espaço onde fui educado e pelo ambiente, que contribuiu decididamente para a minha formação humana.

Mas impunha-se neste momento crucial da História de Almeirim, fazer uma pequena reflexão. Pois tudo isto só terá sentido se originar uma dinâmica de acção, que proporcione as condições para realização de um projecto, que vise recuperar Almeirim do caminho da vulgaridade e constitua motivação essencial para a recuperação do seu lugar de excelência e distinção.

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