Apoio aos "Conjurados" - História de Almeirim (13)

Portugal estava empobrecido após 60 anos da governação Filipina.
Perdêramos muitas das possessões ultramarinas e o controle das rotas marítimas.
Os Holandeses e os Piratas, beneficiavam agora da nossa incapacidade de gestão.
As promessas de Filipe I, de dar tensas a muitos fidalgos e de nunca colocar estrangeiros na governação de Portugal, já há muito que não eram cumpridas.
A castelhana Duqueza de Mantua, era a Vice Rainha de Portugal.
Os descendentes e herdeiros da nobreza, que havia sido subornada, estavam agora revoltados e os sentimentos nacionalistas tinham voltado aos seus espíritos.
Chamaram-lhes “os Conjurados” a esse grupo de nobres, cujos antepassados não quiseram sentir o “Espírito de Almeirim”, mas que agora se determinavam a seguir a vontade do povo.
Durante dois anos tentaram em vão mobilizar a vontade do Duque de Bragança e herdeiro legítimo de Dona Catarina, para assumir a responsabilidade de uma revolta.
D. João era um dos mais ricos homens de toda a península e também um dos mais influentes. Bastará referir que tinha um exército pessoal de cerca de 13.000 homens.
Mas D. João era também um homem sensato e não embarcou em aventuras precipitadas. Chegaram os Conjurados a propor uma Republica de Nobres e também que D. Duarte de Bragança, o Marquês de Trevilha, tio de D. João, aceitasse a liderança da revolução.
A oportunidade surgiu quando Filipe IV se viu envolvido entre duas frentes de guerra, no sentido territorial oposto ao de Portugal.
Foi o seu envolvimento na guerra dos Trinta anos e sobretudo a Revolta da Catalunha, que exigiu uma enorme mobilização, para os quais também foram recrutados muitos portugueses.
Foi então que D. João, Duque de Bragança, que vivia em Vila Viçosa, deu o seu aval ao movimento. Aquele era o momento da oportunidade.
Na manhã de 1 de Dezembro de 1640, os Conjurados invadem o Paço de Lisboa e declaram a independência de Portugal e D. João como seu Rei.
Almeirim, jubilou com o conhecimento do facto e foi das primeiras Vilas a aderir ao movimento.
Em Janeiro de 1641, reúnem-se Cortes em Lisboa e D. João IV é formalmente aclamado Rei de Portugal.
Seguir-se-á a guerra da Restauração, com muitas escaramuças fronteiriças e a batalha do Montijo (Badajoz) em que tivemos uma vitória redutora.
O facto de D. João IV ser um homem muito poderoso e de ter um exército próprio, foi determinante para a nossa independência, pois em Portugal nessa época tudo faltava, nem sequer cavalos tínhamos, pois tinham sido exterminadas muitas coudelarias.
Quando salientamos o “espírito de Almeirim” é porque nessa época foi efectivamente necessário encontrar toda uma vontade colectiva, que tinha na sua base o sentimento patriótico, para conseguir vencer todas as inúmeras adversidades e manter a revolução vitoriosa.
Foi feito na época o lançamento da “dizima”, um imposto que obrigava a todos pagar 10% dos seus rendimentos para a salvação da pátria e não há nenhum indicador histórico, de que esse imposto tenha provocado qualquer mal estar.

Em 1643 D. João IV está em Almeirim, pois são registadas ementas reais de banquetes no Paço Real.
Almeirim tinha sabido manter o seu nobre estatuto de Vila Real de Portugal.

O reconhecimento espanhol da independência nacional, só veio a ser formalizado pelo tratado de Lisboa em 1668 e assinado pelo Rei de Espanha Carlos II e pelo Rei de Portugal, D. Afonso VI.
Entretanto o reinado de D. João IV, fora uma sequência heróica de inúmeras conquistas, na recuperação dos territórios portugueses de além-mar, que nos iriam permitir manter a nossa independência.

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