Almeirim uma gloriosa História - Capitulo 31



Termino com este capítulo uma narração histórica, da Vila Real de Almeirim.
Tentei exprimir o que sempre procurei conhecer sobre a minha terra. Tentei partilhar esse conhecimento com todos.
Talvez tenha contribuído para motivar em alguns o orgulho de serem almeirinenses.
Orgulho que eu tenho, que é ferido pela indiferença de alguns … que assumindo responsabilidades, não acarinham a paixão daqueles que a procuram motivar.
Não há obra de qualidade, sem paixão…haverá apenas a cópia e a standarização.
Não há futuro digno, sem o conhecimento e o respeito pelo passado.
Não há desenvolvimento sustentado, sem uma cultura de exigência social e esta pressupõem a memória colectiva.
Dei uma visão do passado glorioso da história da minha terra…de uma forma simplificada é certo, mas verdadeira.
O objectivo era precisamente esse…ser simples e provocar o interesse e orgulho.
Um simples contributo.
O século XX, já tem muitos e bons narradores…mas também eu irei participando, contando agora histórias de coisas passadas, de um quadro, que pelo menos em parte vivi e que na outra parte me foi narrado por outros mais velhos que o viveram.
Termino em verso… eu que não sou poeta…que a paixão levou ao atrevimento.

Cheiro de Almeirim

Pela Janela entra a uva
Pelo Portão sai o vinho
Tanto trabalho…tanto carinho…
Fermenta o mosto já na cuba

O vinho é aqui, o nosso pão
O meu, é de todos o melhor.
Feito de trabalho e dedicação,
Nenhum outro tem tanto sabor.
O meu vinho é um caso à parte,
É toda a minha arte…
A minha grande criação.

À janela param os carros de bois,
Com celhas de uva dourada,
Saiem do portão os aranhóis,
Correm os cavalos pela calçada.

Quantas adegas…quantas Caldeiras?
De Fazendeiros ou de Lavradores.
Quantos ranchos de namoradeiras,
Tantos bailes e adiafas de alegria,
Quantos Rapazes perdidos de amores…
Quanta saudade, para quem partia.

Coisas que já não se vivem agora,
Privilégio dos que aqui viveram,
E daquelas que por esse mundo fora,
Nesse tempo aqui estiveram.

Havia um cheiro diferente
Que embebedou muita gente
Cheiro que guardo na memória,
Pois nunca houve cheiro assim.
Não há já aranhois, nem aguardente
Era o cheiro dos tempos de glória,
Cheiro que já não se sente,
Que saudade…do cheiro de Almeirim

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